terça-feira, 26 de junho de 2012

Impostos, bem-estar e desenvolvimento



Taxas fiscais mais baixas enfurecem a esquerda porque vê nelas uma ameaça à u-erre-esse-éssica igualdade absoluta de rendimentos e riqueza de todos os homens: se fosse viável os partidos de esquerda aplicariam taxas progressivas ao IVA, não apenas uma discriminação de certos produtos. A eliminação das isenções fiscais agrada à esquerda - e também à direita se tiver como contraponto uma simplificação dos impostos e uma descida da carga fiscal. As isenções são formas de compensar principalmente a classe média pela carga fiscal que suportam e que está sobretudo baseada nos rendimentos do trabalho - para lá das isenções nos serviços públicos para a classe baixa. Sem falar nas taxas planas  (veja-se Robert E. Hall e Alvin Rabushka (1985). The flat tax. Hoover Institution Press e a crítica em Michael Keen, Yitae Kim e Ricardo Varsano (setembro de 2006). The “Flat Tax(es)”: Principles and Evidence. IMF Working Paper 06/218) que, por mais economicamente desejáveis que sejam tem um custo político insuportável.

A progressividade das taxas de imposto consoante o rendimento tem como objetivo a correção das desigualdades de rendimento e de riqueza (a dita promoção da «coesão social») e um maior financiamento do Estado. Não tem como objeto a promoção do investimento, o qual aumentaria com taxas planas e/ou mais baixas. Altas taxas de imposto são um desincentivo do investimento. mas o que se verifica na prática é uma regressividade fiscal: o Estado taxa o trabalho e a carga fiscal diminui à medida que aumenta a riqueza.

A desigualdade é motivo de infelicidade, para além do efeito de emulação que leva os cidadãos a trabalhar, a poupar e a investir, para alcançarem os outros. Uma felicidade que deriva não só das circunstâncias próprias, do nível de conforto e de segurança, mas também da comparação, aquilo que o meu professor Stefan Tobisch chamava a «igualdade das circunstâncias» e o «complexo do BMW»: lá na terra todos eram felizes até que, ao abrir a janela de manhã, alguém descobriu um BMW no pátio do vizinho...

A  inveja é o contraponto da avareza; e a gula e preguiça também entram no rol dos pecados capitais. Se a preguiça é hoje o paradigma social, com famílias que vivem há décadas do abuso da solidariedade do Estado, a consecução da inveja realiza-se mais pelo voto nos partidos de esquerda do que pelo passado esforço de trabalhar mais, poupar mais, investir mais. A avareza tem ainda hoje pouco espaço porque implica sacrifício. E a gula é favorecida pelo Estado que consente a corrupção e o abuso. A modéstia tornou-se obsoleta e a frugalidade motivo de troça: só a  crise as vai restabelecer.

O ideal é um regime fiscal equilibrado que promova o bem-estar geral e o desenvolvimento. E o desenvolvimento implica o restabelecimento do valor do trabalho.

Veja-se que o paradigma que vigora neste momento em Portugal, e noutros países, muito para além do princípio de impostos mais baixos para atrair o investimento, é o da chamada «segurança jurídica» que consiste na abdicação por um governo de enviar para inquérito judicial todo e qualquer contrato sobre o qual existam indícios de corrupção celebrado por governo anterior. Isto é uma inadmissível garantia do crime e um salvo-conduto da corrupção de Estado e dos parceiros na banca e nas obras públicas. Mas é vendido ao povo como uma decisão de proteção e de atração do investimento.

Não se pode simplificar o desequilíbrio financeiro do Estado com o esquema ideológico clássico da divisão de classes. O isolamento do vírus do Estado Socialista - promotor da preguiça e da corrupção - é o melhor contributo para entender a doença da sociedade. O modelo do Estado Socialista - ou Social(ista) como costumo escrever - vigora hoje na Europa e é dominante no resto do mundo. Não pode ser reduzido aos partidos socialistas, já que a droga socialista é injetada em maior ou menor dose por uns e outros, viciando os povos e arruinando as nações.

Não chegámos ao fim da história - nem os anjos o sabem, quanto mais nós... -, que, aliás, não era este, como não era o outro, mas, com uma espécie de complexo do alpinista, ficámos delirados com a paisagem no pico do monte, esquecendo o gelo e a aproximação da noite. Agora temos uma descida trágica pela frente. Enquanto uns chamam para a necessidade de empreender a descida, outros teimam em lá ficar. Porém, recusar a reforma do modelo implica o suicídio.

O combate ao modelo Estado Socialista é a prioridade patriótica

11 comentários:

Anónimo disse...

Tretas. Tretas e conversa para burro pastar. Só a negação da história e o branqueamento do comportamento predador dos mercados pode explicar este post. Enfim...

Anónimo disse...

Tretas. Tretas e conversa para burro pastar. Só a negação da história e o branqueamento do comportamento predador dos mercados pode explicar este post. Enfim...

Anónimo disse...

Dr. ABC :

abaixo mando link para a notícia do CM relacionado com a famosa tríade IMPRESA-ONGOING-SILVACARVALHO, onde se fala numa empresa que preenche em absoluto as características de "intoxicadores de opinião", e concerteza deverá estar associada à gestão de informação que era feita pelo "exilado de Paris"...

seria interessante uma investigação sua e um post sobre este assunto...

Manuel Pereira


http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/outros/domingo/os-salteadores-das-redes-sociais

Anónimo disse...

O pedófilo socialista açoriano apanhou uma multa peCUniária. Nada melhor do que uma multa destas.

Anónimo disse...

Aliás, foi engraado a Prós-e-Prós Fátima, a bradar ontem sobre a falta de dinheiro para pagar o Estado Social. "Mas, nós não temos dinheiro para pagar o Estado Social". O Hespanha dizia que tinha um contrato com o Estado e que este o rasgou, apesar de esse mesmo Estado não ter rasgado os contratos com as PPP's.

As isenções na saúde e em mais algumas coisas, não passam de paliativos para justificar que o Estado Social não tem viabilidade. Com um mundo global, em que os Estados concorrem pelo dinheiro disponível, é uma tolice pensar que os chamados ricos vão pagar as habitações sociais em Lisboa e no resto do país. Só em Lisboa e no porto, há cerca de 100.000 habitações sociais. Isto nem a Alemanha consegue garantir. Naturalmente, que este parque habitacional vai-se degradar a um ponto, que nem os ratos lá quererão viver, pois as Camaras faliram para sempre.

Os amigos do socialismo, como os empresários de sucesso da Martifer, do Grupo Lena, da JP sá Couto e afins, não querem, nem nunca quiseram pagar muitos impostos. As multinacionais também não. Quem vai pagar então o Estado Social? só se for a classe média, porque não tem dinheiro para ir para outro lado. Só que, há muita classe média que começa a não achar piada à existência das Covas da Moura sociais, e em detremineto deixam de passar férias nas caraíbas.

Fim de festa, graças a Deus.

Anónimo disse...

O Paulo Portas foi dizer aos investidores colombianos que podiam investir em Portugal, onde até tinham condições preferenciais de aplicação de capitais. Estão a ver, quem é que é incentivado?!

Colômbia, o paraíso do café.

Anónimo disse...

vcs viram isto ?

a galera só vai ficar contente qd o nó fôr tão cego ..mas tão cego ..

http://www.bbc.co.uk/news/business-18592135

Então agora Durão propõe a federação europeia ?

Que tipo louco ..alucinado ...

Anónimo disse...

A luminária Hollande tem uma nova fórmula:

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=579390


O governo socialista francês começou a cortar na despesa pública para cumprir com os seus compromissos e anunciou, a dois dias do Conselho Europeu, o congelamento dos gastos do Estado durante três anos.
O objetivo é chegar a um défice global do Estado de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2013, e a zero em 2017.
Os ministros franceses, reunidos na segunda-feira para um «seminário», debateram o orçamento de 2013 e as orientações para 2013-2015.
«Estas orientações assentam num esforço que não está repartido de forma uniforme e é partilhado pelo conjunto dos atores públicos, do Estado e seus operadores, a segurança social e as coletividades territoriais», explicou o gabinete do primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault, no final da reunião.
«Para o Estado, estas orientações baseiam-se numa estabilidade em termos de valor dos gastos», explicou. Tal implica que os gastos do Estado não poderão aumentar «em valor», nem mesmo sob efeito da inflação.
Esta regra já tinha sido aplicada pelo governo conservador anterior do presidente Nicolas Sarkozy e do seu primeiro-ministro François Fillon.
No conjunto da legislatura, «não haverá nem um funcionário a mais, nem a menos», confirmou hoje o ministro das Finanças, Jérôme Cahuzac.
Contudo, os ministérios da Educação, Justiça e Interior, definidos como «prioritários», poderão contratar efetivos, mas «todos os restantes (Ministérios) terão menos agentes», precisou.
O presidente francês, François Hollande, prometeu limitar em 1,1% - a preços constantes - o aumento dos gastos públicos totais (Estado, coletividades territoriais, segurança social).

Anónimo disse...

quem vai ser eleito para mandar no dinheiro no projeto do Durão ?

Anónimo disse...

Nunca repararam que a Merkel usa farda? A vestimenta é sempre igual há uma semana... é uma farda! É natural, pois a mulher é nacional comunista infiltrada nos partidos da direita europeia.

Os erros vão-se repetindo...historicamente vai-se preparando para tirar o tapete à França...mais tarde, mais tarde...ainda tem que se aliar à Rússia e à China...desta vez o Japão não serve para nada porque obedeceu à proibição de não fabricar material de guerra...palermas!

Anónimo disse...

http://sorisomail.com/email/238743/o-politico-que-representa-realmente-a-populacao.html