segunda-feira, 28 de abril de 2014

Canonização de João XXIII e de João Paulo II

 

«Esta esperança e esta alegria respiravam-se na primeira comunidade dos crentes, em Jerusalém, de que falam os Actos dos Apóstolos (cf. 2, 42-47), que ouvimos na segunda Leitura. É uma comunidade onde se vive o essencial do Evangelho, isto é, o amor, a misericórdia, com simplicidade e fraternidade.E esta é a imagem de Igreja que o Concílio Vaticano II teve diante de si. João XXIII e João Paulo II colaboraram com o Espírito Santo para restabelecer e actualizar a Igreja segundo a sua fisionomia originária, a fisionomia que lhe deram os santos ao longo dos séculos.» (Realce meu).

Homilia do Papa Francisco na Canonização de João XXIII e de João Paulo II, na praça de São Pedro, em 27-4-2014:

O Papa Francisco canonizou os antecessores beatos João XXIII e João Paulo II, numa cerimónia em que também participou o Papa resignatário Bento XVI. Noutro plano, continua a preparação da reforma da Cúria Romana pelo grupo de cardeais designado agora C9.

Santos da Igreja pelos milagres comprovadamente produzidos por sua intercessão, tiveram a coragem de enfrentar o mundo por amor de Deus e dos homens. João XXIII (e Karol Wojtyla que participoiu ativamente no Concílio Vaticano II) modernizando a expressão da Igreja e abrindo-a mais à relação com os homens, como diz o Papa, ao «repristinar» (é essa a palavra usada no original da homilia em italiano) e «atualizar a Igreja, segundo a sua fisionomia originária». João Paulo II ao enfrentar o comunismo, a teologia marxista da libertação e sem concessão teológica ao integrismo pré-conciliar.

Ambos acusados de progressismo ou de conservadorismo, consoante o ponto de vista de análise, arcaram com as consequências da iluminação que sentiram e foram santificados pelo povo, bem antes de o serem formalmente: o bom Papa João XXIII e o Papa santo João Paulo II (mesmo em, vida). Mesmo os não crentes reconhecem a sua importância no destino do séc.XX e XXI. João Paulo XX, então, ele que tinha sobrevivido na Polónia ocupada à barbárie do nazismo, tornou-se o homem decisivo na queda do comunismo, responsável pelo morticínio de 100 milhões de mortos no século passado. Marxismo que está de novo em voga nas elites burguesas europeias e, novidade, norte-americanas (!...), agora que começam a despir o casaco ideológico politicamente correto pós-modernista com que cobriam as suas vergonhas relativistas.

O júbilo que agira sentimos não é da glória, mas de um marco importante na história comum. Uma alavanca de evolução na marcha dos homens. Precisamos do seu exemplo para recuperar a centralidade da conversão humana.

1 comentário:

Anónimo disse...

"Morticínio de mortos" - escapou-lhe a redundância.

Não entendo é como é que perante isto, há quem continue a ser comunista!